A meditação tem vindo a ser praticada há mais de três mil anos. As suas raízes remontam até ao hinduísmo e diferentes formas de meditação podem ser encontradas em todas as grandes tradições religiosas. No entanto, cada vez mais a meditação é uma experiência independente de qualquer crença religiosa. Enquanto que os estilos, as fontes e as ideologias subjacentes à meditação diferem, o seu objectivo tem sido mais ou menos uniforme: a transformação pessoal .
De particular interesse, será relevante questionar que contribuição pode, actualmente, a meditação oferecer às sociedades modernas e altamente tecnologizadas.
A meditação não é fácil. É preciso tempo e é preciso energia. Ela também implica coragem, determinação e disciplina. Ela exige uma série de qualidades pessoais que normalmente são consideradas como desagradáveis e que tentamos evitar sempre que possível.
Meditação - o que é?
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A meditação tem vindo a ser praticada há mais de três mil anos. As suas raízes remontam até ao hinduísmo e diferentes formas de meditação podem ser encontradas em todas as grandes tradições religiosas. No entanto, cada vez mais a meditação é uma experiência independente de qualquer crença religiosa. Enquanto que os estilos, as fontes e as ideologias subjacentes à meditação diferem, o seu objectivo tem sido mais ou menos uniforme: a transformação pessoal .
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A TRANSFORMAÇÃO PESSOAL
Embora a transformação pessoal seja a meta, o seu alcance varia. Alguns consideram essa transformação como um veículo para unir-se com um poder supremo, enquanto que outros procuram benefícios físicos e mentais. Os Budistas, por exemplo, encaram a meditação como uma forma de acabar com o sofrimento neste mundo, ao permitir conhecer, perceber e experienciar o mundo como ele inerentemente é.
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TREINO/RECICLAGEM MENTAL
A palavra meditar vem do latim ''meditatum'', ou seja, ponderar ou cultivar. A meditação pode ser entendida como um conjunto de práticas de integração mente-corpo, de treino de regulação emocional e atencional desenvolvido para diversos fins, incluindo o cultivo do bem-estar e equilíbrio emocional. Trata-se de treinar a mente, trabalhando os “maus” hábitos mentais e desenvolver e cultivar qualidades positivas que já estão presentes em nós.
A meditação é um processo de reciclagem mental. O estado em que estamos presentes e cientes daquilo que está a acontecer no nosso próprio universo perceptual, exactamente da forma como acontece, exactamente quando está a acontecer; consciência total, ininterrupta no tempo presente. Esta é uma meta incrivelmente elevada, e não é para ser alcançada de uma só vez. É preciso prática, por isso começamos devagar. Começamos por nos tornarmos totalmente conscientes de uma pequena unidade de tempo, apenas de uma única inalação. E, quando conseguirmos, estamos no caminho para toda uma nova experiência de vida.
A noção básica geralmente subjacente ao facto das pessoas meditarem é que durante o nosso dia estamos constantemente sujeitos a estímulos sensoriais e as nossas mentes estão sempre muito activas no processo de pensar. Estamos em frente ao PC, lemos o jornal, livros, estudamos, escrevemos relatórios, participamos em conversas, resolvemos problemas, etc... Tipicamente, à medida que o dia decorre e fazemos essas actividades estamos envolvidos em constantes comentários e julgamentos mentais, uma espécie de narrativa interior que pode ser denominada, em muitos casos, de "O drama do meu EU".
Normalmente, as pessoas não estão plenamente conscientes de toda esta actividade mental. A meditação permite que toda esta actividade se torne do nosso conhecimento e muitas vezes o resultado é a mente tornar-se mais pacífica, calma e focada. Em essência, a meditação permite que esta tomada de consciência nos 'rejuvenesça'.
A meditação ensina-nos que as nossas acções e reacções são apenas isso, nada mais. Preconceitos e pressupostos não precisam de ser o centro, nem são os parâmetros finais de uma situação. Podemos tornar-nos mais flexíveis, suspendendo as suposições. A meditação regular trará momentos de consciência plena, sem as limitações dos preconceitos.
A meditação é o método que permite uma experiência única: a corrente de pensamento acalma, a consciência torna-se clara, vazia, a atenção plena é a cada momento, no presente. Trata-se de uma visão optimista sobre o potencial humano, uma vez que todas as pessoas têm a capacidade latente de atingirem este estado.
Ver mais em:
Matthieu Ricard
Henepola Gunaratana
MEDITAR EQUIVALE A NÃO FAZER NADA?
A meditação é um momento para nos sentarmos em silêncio, aparentemente sem fazer nada. Nas culturas ocidentais, esta perspectiva pode ser considerada como um desperdício de tempo. Como pode qualquer coisa significativa ser realizado por não fazer nada? Ou está realmente a não fazer-se nada? As respostas a essas perguntas exigem uma mudança de perspectiva.
Quando estivermos dispostos a experimentar esta mudança abre-se um novo mundo de possibilidades. Quando meditamos acabamos por diminuir os pensamentos habituais e actividades que preenchem as nossas vidas. À medida que aprendemos a acalmar os nossos pensamentos, começamos a perceber claramente uma nova perspectiva. Entramos em contacto com uma parte mais profunda de nós mesmos. Todos somos dotados de uma mente que é clara, pura e profunda. Isto é o que os mestres Budistas chamam a verdadeira natureza. Ela já está aí, dentro de um de nós, mas geralmente não percebemos porque estamos sempre tão ocupados, sendo impelidos e levados pelos nossos pensamentos e desejos.
Devo praticar Meditação?
A PRÁTICA DE MEDITAÇÃO SERÁ BENÉFICA PARA MIM?
A prática meditativa e em especial a prática de Mindfulness (secular ou budista) está cada vez mais presente na vida das pessoas.
Tem sido cientificamente demonstrado que estas actividades são eficazes para uma ampla variedade de condições médicas e psicológicas.
A seguir está uma lista parcial de condições médicas e psicológicas, com citações de alguns dos benefícios da prática de Mindfulness:
► Ansiedade (Hoge, Bui, Marques, Metcalf, Morris, Robinaugh, et. al., 2013);
► Asma (Pert, Madison, Druker, Olendzki, Magner, Reed, et. al., 2012);
► Cancro (Carlson, Doll, Stephen, Faris, Tamagawa, Drysdale, & Speca, 2013);
► Dor Crónica (Reiner, Tibi, & Lipsitz, 2013);
► Diabetes (Hartmann, Kopf, Kircher, Faude-Lang, Djuric, Augstein, et. al., 2012);
► Fibromialgia (Schmidt, Grossman, Schwarzer, Jena, Naumann, & Walach, 2011);
► Desordens Gastrointestinais (Zernicke, Campbell, Blustein, Fung, Johnson, Bacon, & Carlson, 2013);
► Doença Coronária (Sullivan, Wood, Terry, Brantley, Charles, McGee, Johnson, et. al., 2009); ► HIV (Duncan, Moskowitz, Neilands, Dilworth, Hecht, & Johnson, 2012);
► "Ondas de Calor" (Hot Flashes) (Carmody, Crawford, Salmoirago-Blotcher, Leung, Churchill, & Olendzki, 2011);
► Hipertensão (Hughes, Fresco, Myerscough, van Dulmen, Carlson, & Josephson, 2013);
► Depressão Major (Chiesa & Serretti, 2011);
► Desordens de Humor (Hofmann, Sawyer, Witt, & Oh, 2010);
► Perturbações do Sono (Andersen, Wurtzen, Steding-Jessen, Christensen, Andersen, Flyger, et. al., 2013);
► Perturbações de Stress (Kearney, McDermott, Malte, Martinez, & Simpson, 2012);
► ...
A Meditação Mindfulness é uma área activa de investigação, com muitos estudos focando as mudanças estruturais e funcionais no cérebro em função da realização de um programa MBSR. Explore um curto vídeo (legendado) sobre os efeitos(benefícios) da meditação no cérebro.
Qual o impacto que a prática de Mindfulness pode ter no meu cérebro e no processamento cognitivo?
Quanta prática é necessária?
A meditação poderá:
► Ser praticada, de preferência, todos os dias, se possível no mesmo horário;
► Ser praticada preferencialmente antes de uma refeição em vez de depois;
► Escolher um lugar para a meditação, que deve ser um lugar tranquilo e que normalmente não é usado para nada excepto a meditação;
► Sentar com a coluna recta e vertical (pode usar uma cadeira);
► É possível meditar estando na posição supina (deitada), embora nesta postura mais facilmente surge o turpor;
► É possível meditar em andamento e a realizar qualquer tarefa do quotidiano, tendo consciência de todos os movimento que realiza, realizando a um ritmo mais lento.
Qual o melhor momento do dia para meditar?
Embora a meditação seja benéfica a qualquer momento, os antigos tratados afirmam que de manhã cedo é o melhor momento para meditar. Isto deve-se, pelo menos, ao facto de no início da manhã a confusão e a agitação do mundo ainda não ter começado e por isso ser mais fácil estabelecer uma atmosfera calma e tranquila. Ter uma meditação de manhã cedo também permite levar um pouco da energia e da paz para as nossas actividades diárias. Muitas pessoas também meditam no final da tarde ou antes de adormecer. Outros meditam ao meio-dia. Uma curta meditação nessas horas permite eliminar um pouco do stresse acumulado durante o dia de trabalho e rejuvenescer-se para mais actividade. Ter um momento do dia reservado para a meditação ajuda a manter a regularidade da prática.
Poderá recolher inúmeros benefícios praticando apenas 20m diários
PRÓXIMO ENCONTRO
O espaço da meditação é como o céu aberto: vasto, vasto o suficiente para acomodar qualquer coisa que surja. Na meditação os nossos pensamentos e emoções podem transformarem-se em nuvens que impedem de ver e, em seguida, dissolvem-se. O bom, o confortável, o agradável e o difícil e o doloroso: tudo isso vem e vai. Assim, a essência da meditação é trabalhar em algo que é bastante radical e certamente não é o nosso padrão usual, ou seja, estar com nós mesmos, não importa, aconteça o que acontecer, sem colocar rótulos bons ou maus, certo ou errado, puro ou impuro [...].
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