A curva da felicidade em forma de U
Uma descoberta surpreendente é que a felicidade aumenta até, aproximadamente, aos 30 anos de idade. Depois segue uma fase descendente na meia-idade e, em seguida, volta novamente para níveis mais elevados após os 50 anos. Esta curva da felicidade em forma de U permanece em diferentes contextos culturais. As pessoas são menos felizes entre os 40 e 50 anos, com o ponto global mais baixo aos 46 anos. Passada a meia idade a felicidade aumenta nos anos posteriores, independentemente do dinheiro, do estatuto ou filhos. Estes resultados são também confirmados pela pesquisa publicada em 2010 pelos psicólogos Stone, Schwartz e Broderick, que estudaram a distribuição da idade no bem-estar psicológico nos EUA, envolvendo uma pesquisa telefónica de 340.847 pessoas. Os resultados confirmaram a curva-U para o bem-estar global e identificaram mais claramente os sentimentos negativos ao longo da vida. Eles descobriram que, embora existam algumas diferenças na experiência de sentimentos negativos ao longo do tempo, no geral, parecem seguir a curva-U. Mais especificamente, as preocupações e o stress mostram um declínio nas idades dos 20 aos 30 anos. As preocupações aumentam depois dos 30 anos e são mais elevadas na “meia idade” e depois decresce. A tristeza permanece, em média, relativamente estável ao longo da vida.
O que explica a curva-U da felicidade ao longo da vida?
Por que motivos as pessoas mais velhas, apesar dos crescentes problemas de saúde e menos mobilidade, em média, são mais felizes do que as pessoas mais jovens?
Algumas teorias sugerem:
* Menos aspirações e expectativas do Self.
* Sentimento de satisfação e realização.
* Maior apreço pela vida.
* Viver no momento, com menos preocupação relativamente ao futuro.
* A capacidade exclusivamente humana de reconhecer a nossa própria mortalidade e monitorizar os nossos próprios horizontes temporais . Porque as pessoas mais velhas sabem que estão mais perto da morte vivem a vida no momento presente. Eles tendem a focar-se em coisas que importam agora e menos em metas de longo prazo.
* Maior capacidade de regular as emoções do que as pessoas mais jovens
* Menos preocupação em agradar a todos o tempo todo.
* "Efeito" positivo, onde as pessoas mais velhas recordam menos memórias negativas do que os adultos mais jovens.
* Tendência geral para ver situações de forma mais positiva.
A meditação na "meia-idade"
Meditação é uma ferramenta importante para ultrapassar a crise da “meia-idade”, ajudando a cortar o problema pela raiz antes que se torne um sério problema.
Meditação e felicidade duradoura
Auto-consciência (mindfulness, atenção plena) é a chave para a mudança e para a felicidade duradoura.
O primeiro passo para mudar a maneira como criamos a nossa vida é a auto-consciência. Não se pode esperar mudar aquilo que não se está ciente. A auto-consciência proporciona, por exemplo, a clareza para escolher se expressamos emoções de amor ou de ódio. A auto-consciência oferece a possibilidade de pararmos momentos antes de dizer algo destrutivo, ou pensar e acreditar em pensamentos negativos. A auto-consciência é o meio para identificar os nossos padrões inconscientes e criá-los na nossa consciência para que eles possam ser alterados. É através da consciência de si que podemos identificar e alterar as crenças subjacentes que impulsionam comportamentos destrutivos e criar felicidade.
Auto-Consciência é diferente do conhecimento livresco
A auto-Consciência é principalmente uma função de percepção e observação. Ela não pode ser aprendida como disciplinas académicas que enchem a mente com o conhecimento. Ela não pode ser aprendida nos livros que nos dão mais informações para pensar. Aumentar a atenção plena tem mais a ver com o esvaziamento da mente, dos pensamentos tagarelas incessantes para que possamos ver-nos e ver a vida com mais clareza. A auto-consciência é desenvolvida através de exercícios e práticas. A Prática da atenção plena oferece-nos o aqui e o agora. Quando cultivamos a quietude, somos mais capazes de responder em vez de reagir, de libertar as nossas mentes dos pensamentos ruminativos. Deixamos de ir ao passado e permitimos que o futuro continue a ser um mistério. Abandonamos a necessidade de controlar e ficamos mais calmos, mais tranquilos, e mais capaz de ouvir as mais sábias vozes dentro de nós.
Stone, Arthur A., Schwartz, Joseph E., Broderick, Joan E., and Deaton, Angus (2011).
"A snapshot of the age distribution of psychological well-being in the United States." Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 17 May 2010.