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O que a Meditação Mindfulness faz ao seu Cérebro?

budismo mindfulness

A imagem que temos é que a prática de mindfulness aumenta a nossa capacidade de recrutar regiões do córtex pré-frontal, de ordem superior, com o objectivo de regular a actividade cerebral de ordem inferior...

A investigação científica tem revelado alguns efeitos extraordinários sobre os cérebros daqueles que praticam meditação (mindfulness ou atenção plena) regularmente. Talvez por isso cada vez mais pessoas têm procurado esta prática.
Originalmente uma antiga técnica de meditação budista, nos últimos anos a atenção plena evoluiu para uma variedade de terapias seculares e cursos, a maioria deles focada em estar consciente do momento presente e simplesmente perceber sentimentos e pensamentos como eles vêm e vão., como surgem e como desaparecem.

Tem sido aceite como uma terapia útil para a ansiedade e a depressão há mais de uma década. Está a ser utilizada nas escolas, equipas desportivas profissionais e unidades militares para melhorar o desempenho, e é uma forma de ajudar as pessoas que sofrem de dor crónica, dependências, entre outros problemas de saúde. Existe ainda alguma evidência de que a atenção plena pode ajudar com os sintomas de certas condições físicas, tais como a síndrome do intestino irritável, cancro e VIH.

No entanto, até recentemente, pouco se sabia sobre como algumas horas de reflexão silenciosa por semana poderia levar a uma gama tão intrigante de efeitos físicos e mentais. Agora, à medida que a popularidade de mindfulness cresce, as técnicas de imagiologia cerebral revelam que esta prática milenar pode alterar profundamente a forma como as diferentes regiões do cérebro comunicam umas com as outras - e, portanto, a forma como pensamos – de forma estrutural.


A prática de mindfulness está associada a uma diminuição do volume de massa cinzenta na amígdala (a vermelho), uma região-chave na resposta ao stresse. (Imagem - cortesia de Adrienne Taren)
Sem medo
Exames de ressonância magnética mostram que após um curso de oito semanas de prática da mindfulness a amígdala, o centro cerebral da "luta ou fuga", diminui. Esta região primitiva do cérebro, associada ao medo e às emoções, está envolvida na iniciação da resposta do organismo ao stresse. Como a amígdala diminui, o córtex pré-frontal - associado com as funções cerebrais de alta ordem, como a consciência, a concentração e a tomada de decisões - torna-se mais espesso.
A "conectividade funcional" entre essas regiões - ou seja, quantas vezes elas são activadas ao mesmo tempo - também muda. A ligação entre a amígdala e o resto do cérebro fica mais fraca, enquanto que as ligações entre as zonas associadas com a atenção e a concentração ficam mais fortes.
A magnitude dessas mudanças correlacionam-se com o número de horas de prática de meditação que a pessoa tenha feito, diz Adrienne Taren, uma investigadora que estuda a a atenção plena na Universidade de Pittsburgh.
"A imagem que temos é que a prática de mindfulness aumenta a nossa capacidade de recrutar regiões do córtex pré-frontal, de ordem superior, com o objectivo de regular a actividade cerebral de ordem inferior", diz ela.
Por outras palavras, as nossas respostas mais primitivas ao stresse parecem ser substituídas por outras mais reflexivas.
Muitas actividades podem aumentar o tamanho de várias partes do córtex pré-frontal - jogos de computador, por exemplo - mas é a desconexão da nossa mente a partir do seu "centro de stresse" que parece dar origem a uma série de benefícios para a saúde física, bem como mental, diz Taren.





"Definitivamente, não estou a afirmar que mindfulness pode curar o VIH ou prevenir doenças cardíacas. Mas nós vemos uma redução dos biomarcadores de stresse e inflamação. Marcadores como proteína C-reactiva, interleucina-6 e cortisol, altamente associados com a doença ".

Sinta a dor
As coisas ficam ainda mais interessantes quando os investigadores estudam especialistas de mindfulness com dor. Meditadores avançados relatam sentir significativamente menos dor do que os não meditadores. No entanto, os exames dos seus cérebros mostram um pouco mais de actividade nas áreas associadas com a dor do que os não-meditadores.

"Estas descobertas não se encaixam nos modelos clássicos de alívio da dor, incluindo as drogas, onde sob o seu efeito assistimos a menor actividade nessas áreas", diz Joshua Grant, um pós-doutorando no Instituto Max Plank para a Cognição Humana e Ciências do Cérebro, em Leipzig, na Alemanha. Os meditadores especialistas em mindfulness também mostraram reduções "maciças" na actividade em regiões envolvidas na avaliação de estímulos, emoção e memória, diz Grant.
Mais uma vez, duas regiões que normalmente estão funcionalmente ligadas, o córtex cíngulado anterior (associado com o desconforto da dor) e partes do córtex pré-frontal parecem tornarem-se "desacoplados" nos meditadores.

"Parece que os praticantes zen foram capazes de remover ou diminuir a aversão da estimulação - e, portanto, a sua natureza geradora de stresse - alterando a conectividade entre as duas regiões do cérebro que estão normalmente em comunicação uma com a outra", diz Grant. "Eles certamente não parecem ter bloqueado a experiência. Pelo contrário, parece que se abstiveram de participar em processos de pensamento que tornam a experiência mais dolorosa".


Sentir-se Zen
É importante notar que, embora este estudo tivesse testado meditadores experientes, eles não estavam num estado meditativo - o efeito da diminuição da dor não é algo que temos que trabalhar para alcançar, num estado de transe; em vez disso, parece ser uma mudança permanente na sua percepção.

"Pedimos-lhes especificamente para não meditar", diz Grant. "Há apenas uma diferença enorme nos seus cérebros. Neste nível de especialização, o córtex pré-frontal não é maior do que o esperado. De facto, o seu tamanho e actividade começam a diminuir de novo", diz Taren. "É como se essa maneira de pensar se tornasse o padrão, automática - não requer qualquer concentração".

Ainda há muito para descobrir, especialmente em termos do que está a acontecer quando o cérebro apreende o momento presente, e o que outros efeitos a prática de mindfulness pode ter nas pessoas. A investigação sobre esta forma de meditar ainda está na sua infância, e a imprecisão das imagens do cérebro significa que os investigadores tenham que fazer suposições sobre o que diferentes regiões do cérebro estão a realizar.

Tanto Grant e Taren, e outros, estão envolvidos em estudos sem precedentes, que visam isolar os efeitos da atenção plena de outros métodos de alívio do stresse e controlar exactamente como o cérebro muda ao longo de um longo período de prática de meditação.

"Estou realmente animado sobre os efeitos de Mindfulness", diz Taren. "Tem sido óptimo assistir ao seu afastamento de ser algo espiritual e em direcção à ciência e evidência clínica".
Talvez seja pela conotação de “new age”, quasi-espiritual da meditação, que até há pouco tempo tem obstaculizado a meditação mindfulness de ser considerada como um antídoto para o nosso mundo cada vez mais frenético. A investigação está a ajudar a superar essa percepção, e dez minutos de atenção plena poderão em breve tornar-se uma parte plenamente aceite  da nossa “dieta” diária de saúde, em específico na redução de stresse, tal como como ir ao ginásio ou escovar os dentes.

Texto adaptado de What Does Mindfulness Meditation Do to Your Brain? da Scientific American.


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Sociedade Portuguesa de Meditação e Bem-Estar | Mindfulness Institute: O que a Meditação Mindfulness faz ao seu Cérebro?
O que a Meditação Mindfulness faz ao seu Cérebro?
A magnitude dessas mudanças correlacionam-se com o número de horas de prática de meditação que a pessoa tenha feito, diz Adrienne Taren, uma investigadora que estuda a a atenção plena na Universidade de Pittsburgh. "A imagem que temos é que a prática de mindfulness aumenta a nossa capacidade de recrutar regiões do córtex pré-frontal, de ordem superior, com o objectivo de regular a actividade cerebral de ordem inferior", diz ela. Por outras palavras, as nossas respostas mais primitivas ao stresse parecem ser substituídas por outras mais reflexivas.
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