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O futuro de Mindfulness nas escolas
Apesar do amplo reconhecimento dos benefícios da prática de mindfulness, há vários desafios em inseri-la nas escolas.
1. Medicalizar ou Psicologizar Mindfulness
Alguns pais e professores podem preocupar-se com o facto de que o treino de mindfulness é parte de uma tendência mais ampla de rotular as crianças /adolescentes com problemas que precisam ser corrigidos, como no caso dos tratamentos associados à Perturbação de hiperactividade com défice de atenção. Nas escolas, é muito importante que mindfulness seja retirado da “caixa terapêutica” e colocado directamente no território do florescimento. Mindfulness relaciona-se com o ajudar as mentes jovens a florescerem… num sentido mais amplo. Para algumas crianças/jovens, mindfulness pode ser sobre como controlar o stress ou a ansiedade, mas para outros é sobre o seu desempenho desportivo, praticam música, dança ou teatro, ou manter a concentração durante os trabalhos de casa.2. Mindfulness Secular e Budismo.
Outro obstáculo a mencionar prende-se com a distinção entre mindfulness secular e Budismo. Se quisermos trazer essas práticas para as salas de aula das escolas públicas em todo o país é essencial que nós - individual e colectivamente - ofereçamos as práticas de formas completamente universais, seculares e acessíveis, sem conotações religiosas. Nas escolas públicas, a separação da igreja e do estado exige que ensinemos competências fundamentais para a vida, independentemente de qualquer religião, filosofia ou sistema de crenças. Alguns profundamente imersos neste trabalho ocasionalmente esquecem que muitas pessoas têm um tremendo medo de aspectos psicológicos básicos bem comprovados e têm pavor das práticas 'meditativas'; esses medos devem ser atendidos com compreensão, clareza e segurança. Um pai, professor ou administrador assustado pode não apenas acabar com um programa local, mas também enviar uma onda de resistência através do nosso espaço vital, cada vez mais inter-conectado e conectado à Internet.3. Professores sem prática regular e/ou não têm formação (válida)
Outro grande desafio em levar mindfulness para as escolas é o número escasso de professores que praticam regularmente e devidamente formados na estrutura e nas práticas relevantes. Assim como ensinar alguém a tocar piano ou futebol requer alguma experiência teórica/prática nessas competências, o mesmo se aplica nas intervenções baseadas em mindfulness. O professor não precisa ser um mestre Budista, mas não pode treinar crianças e adolescentes em sala de aula se não tiver a sua própria prática de mindfulness.Como afirma Amy Saltzman:
Teaching to Students and Teaching to Teachers
Most individuals and organizations involved in offering mindfulness in educational settings have a primary focus, either offering training to students or to teachers. Regardless of whether a given program emphasizes teaching to students or to teachers, most educators recognize that the greatest benefits will be realized when both students and teachers share the practice of mindfulness. Thus, many programs that teach primarily to students offer in-services, or trainings for teachers. Many programs designed to reduce teacher stress, burnout, and compassion fatigue, and enhance teacher well-being, empathy and effectiveness include basic suggestions to support the teachers in sharing mindfulness practices with their students.
4. Formação
Sugere-se que possa existir espaço para o treino em mindfulness no processo formativo dos professores. Na minha perspectiva, sinto fortemente que deve ser parte da formação dos professores, porque iria beneficiá-los enormemente. Evidências sugerem que as competências sócio-emocionais dos professores são um factor chave para estabelecer relacionamentos saudáveis entre alunos e professores, gerir a sala de aula e ensinar aspectos sociais e emocionais da aprendizagem - criando o que Patricia Jennings e Mark Greenberg chamam de 'sala de aula pró-social' (Jennings & Greenberg, 2009). A abordagem mindfulness seria extremamente benéfica tanto para os professores, como para os alunos, como também para os pais.
TRAINING RATING
TEACHER CREDENTIALS
Amy Saltzman;
Amy Saltzman M.D. is trained in Internal Medicine, a founding diplomate of the American Board of Holistic Medicine, co-founder and director of the Association for Mindfulness in Education - see more.
Referências biliográficas
- Jennings, P.A. & Greenberg, M.T. (2009). The prosocial classroom: Teacher social and emotional competence in relation to student and classroom outcomes. Review of Educational Research 79, 491–525
- Saltzman, A. (2014). A Still Quiet Place: A Mindfulness Program for Teaching Children and Adolescents to Ease Stress and Difficult Emotions. Oakland, CA: New Harbinger Publications.
